NOME DO PROGRAMA/PROJETO:
Pesquisa sobre a Imigração brasileira nas últimas décadas
QUAL O OBJETIVO DO PROJETO:
Pretende-se mapear quem são os brasileiros residentes na Holanda atualmente, tendo em vista descobrir as razões que os fizeram imigrar para esta região da Europa ao longo das últimas décadas e, ainda, descobrir como vivem. Em linhas gerais, este projeto, sendo parte de um projeto de pesquisa internacional mais amplo, visa traçar o perfil dos brasileiros que migraram para os Países Baixos servindo-se sobretudo da aplicação de questionários, bem como de entrevistas (survey) com alguns informantes-chave.
COMO FUNCIONA:
Um desafio inicial em mapear os imigrantes brasileiros na Holanda relaciona-se à falta de dados existentes que abranjam esta população de forma representativa. Dados oficiais do governo holandês são baseados em uma rede nacional de registros da população residente (Centraal Bureau voor de Statistiek - CBS), o que subestima a população brasileira por diversos motivos. Detentores de outras nacionalidades podem não estar registrados como brasileiros, por exemplo, e indivíduos que não estão em situação migratória regular não são representados. Ademais, estes dados não oferecem informações cruciais sobre o perfil do brasileiro no que toca à classe social, ocupação profissional, níveis educacionais etc.
Para aproximarmo-nos de uma amostra representativa, desenvolvemos uma estratégia que visa identificar, a priori, os diversos grupos de perfis do imigrante brasileiro na Holanda. Desta maneira, o primeiro passo no que toca à metodologia consiste em identificar “pessoas-chave” da comunidade brasileira neerlandesa que possam nos ajudar a formular os recortes relevantes dessa população. Em consulta com estes indivíduos, elegeremos diferentes perfis de imigrantes para que possamos direcionar o escopo de nossa pesquisa. Esta etapa nos permite focar recursos e atenções a populações que talvez não seriam alcançadas por métodos tradicionais como, por exemplo, trabalhadoras e trabalhadores do setor de limpeza doméstica. Buscaremos, para a finalidade desta primeira etapa, a rede de contatos de membros do Conselho de Cidadania dos Países Baixos. Tal apoio também será crucial no que diz respeito a contatar indivíduos destes diversos perfis.
A coleta de dados se dará através de duas estratégias complementares: a aplicação de um questionário, e a execução de entrevistas aprofundadas com um número restrito de indivíduos. O questionário (a ser detalhado abaixo) buscará atingir o maior número possível de imigrantes dentro das categorias estabelecidas a priori, afim de maximizar a disponibilidade de dados quantitativos. Para tal, planeja-se distribuir questionários em diversos estabelecimentos relevantes para a comunidade brasileira como igrejas, lojas locais, e possivelmente o Consulado de Amsterdã. Também circularemos o questionário em versão digital através de redes sociais e quaisquer outros métodos que se façam disponíveis.
Embora questionários sejam a melhor avenida para a obtenção de dados em larga escala, estes não providenciam uma riqueza profunda de informação sobre o fenômeno estudado. Tendo em vista o objetivo de entender as experiências pessoais dos imigrantes brasileiros, julgamos fundamental a realização de entrevistas individuais que possam iluminar aspectos não capturados por perguntas de questionário. Tal estratégia complementa a aplicação do questionário em ao menos três importantes aspectos. Entrevistas possibilitam aos entrevistados que estes levantem questões particulares não abrangidas por perguntas pré-formuladas, e permitem que os imigrantes expressem de forma detalhada a complexidade de sua experiência pessoal. Adicionalmente, a coleta de dados mais ricos em informação compensa a possível não-representatividade da amostra.
COMO O BRASILEIRO PODE PARTICIPAR:
Já participaram, preenchendo os questionários. Agora estamos na fase de tabulação, análise e conclusões, bem como formulação do texto final.